sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

ABRE-TE SÉSAMO

Toca Raúl! Essa talvez seja a frase que todo freqüentador de “pub” tupiniquim já tenha ouvido. Sempre que há som ao vivo, alguém sai com essa frase. Teremos nesse blog uma boa quantia de material nacional, inclusive do Raúl. E o escolhido para inaugurar essas opiniões diversas, foi o álbum Abre-te Sésamo. O contexto era 1980, Governo do então General João Baptista Figueiredo, e o Brasil estava caminhando para o seu processo de abertura política. Por isso o nome do cd, ser sugestivamente Abre-te Sésamo. O próprio Raúl em entrevista na época, fazia tal afirmação. Essa entrevista está disponível nos arquivos do Raúl Rock Clube. Toda a obra tem uma certa polêmica. A começar pela primeira música, homônima ao disco, e que inicia com esses versos “E lá vou eu de novo, um tanto assustado com Ali Babá e os 40 ladrões”, crítica mais direta do que essa impossível, ainda mais levando em consideração o momento em que vivíamos. A faixa 2 traz a irônica Aluga-se, regravada posteriormente, Anos 80 emplaca como a terceira música, e é um panorama dessa década que apenas se iniciava, mas que Raúl já chamava de “charrete que perdeu o condutor”. A grande polêmica, porém, se deu com a música número 7, a nacionalmente conhecida “Rock das Aranha”. A música trata de duas vizinhas, flagradas em uma relação homossexual, e o expectador, no caso o próprio Raúl, torcendo para ser chamado a participar da “festinha”, fictícia ou não, a verdade é que a música caiu nas graças da censura, ou melhor, não caiu nas graças da censura, e teve sua radiodifusão e apresentação proibidas. Na minha opinião, o disco poderia acabar na música 10, “Baby”, uma das canções mais sensuais, eróticas, românticas e apaixonadas que já ouvi, se é que conseguimos colocar tudo isso numa obra só. Para terminar deixo aqui uns versos da citada: “A mancha do batom vermelho / porque esconder no lençol / se dentro da imagem do espelho / baby, baby, o inferno é o fogo do sol...".

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